terça-feira, 24 de novembro de 2009

AJUDA PARA A AGIR (COIMBRA)

RECOLHA DE MATERIAL PARA O NOVO ABRIGO PROVISÓRIO DA AGIR!

Caros amigos,

O tempo escasseia e renovamos, por isso, o nosso apelo! Para a mudança de instalações do nosso abrigo provisório, para cerca de 120 cães, em que a maioria das infraestruturas terão de ser substituídas, precisaremos de:
- Madeira
- Telhas de fibrocimento ou fibra de vidro
- Pregos
- Paletes
- Estacas
- Arame
- Redes
- Baldes
- Casotas
- Produtos desinfectantes para canis
- Toldos, Etc.
Se puder disponibilizar algum deste material, por favor avise-nos! Se puder disponibilizar também algumas horas do seu tempo para nos ajudar, envie um e-mail para agirpelosanimais@gmail.com com a indicação do dia e nº de horas, tal como contacto telefónico e nome.
Um Muito Obrigada a todos pela ajuda.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

LANCHE APAFF

Dia 28 de Novembro 2009, pelas 17H00, na Sociedade Filarmónica Figueirense, na Rua Dr. Santos Rocha vai haver um lanche ajantarado com música ao vivo. A inscrição custa 10 € e reverte na totalidade para a APAFF.
"A APAFF, Associação de Protecção Animal da Figueira da Foz, é uma associação sem fins lucrativos que tem como objectivo alojar e cuidar de animais necessitados e em risco de vida. Para tal necessitam da ajuda de todos, quer em forma de associados, quer em forma de donativos ou acolhimento de animais.
A seu pedido, foi estabelecida, em Junho de 2009, uma parceria com o CCD da Casa do Pessoal do HDFF, que colabora com a APAFF na organização do evento, empréstimo de algum equipamento e na oferta de géneros alimentícios. Todo o dinheiro obtido com as inscrições reverterá para a APAFF.
A si, só lhe pedimos que participe e assim estará a contribuir para melhorar as condições da Associação e, consequentemente, dos animais.
ENTRADAS VARIADAS
(Patê Delícias do Mar, de Atum, Ovos recheados, Pastéis de Bacahau, Rissóis, Orelha de Porco)
CALDO VERDE
PRATOS FRIOS
(Lombo assado, Panados, Quiches variadas, Feijão frade com atum e ovo, Grão com Bacalhau, Salada Russa, Saladas variadas)
MASSADA DE PEIXE COM CAMARÂO
SOBREMESAS
(Fruta e Doces variados)
BEBIDAS
(Água, vinhos e sumos)
PARTICIPE!
OS ANIMAIS PRECISAM DA SUA AJUDA!!!
(Boletim Informativo nº 29/09, da Casa do Pessoal do HDFF)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Ajudo animais que chegaram a confiar na fidelidade humana."

Arnaldo Lopes compra, cozinha e distribui alimentos por cães e gatos abandonados


“Ajudo animais que chegaram a confiar na fidelidade humana…”


Um eterno amigo dos animais. Com os seus quase 80 de idade, Arnaldo Lopes compra, cozinha e distribui diariamente comida a cães e gatos abandonados, em diversos pontos da Arrábida e da cidade.
Teodoro João
red.teodoro@osetubalense.pt
Uma rotina diária, ao final das manhãs. A reportagem de «O Setubalense» acompanhou num destes dias Arnaldo Lopes em mais uma acção de solidariedade para com animais abandonados, espalhados pela serra da Arrábida. Ao final da tarde faz outra ronda, nalguns espaços da cidade, onde distribui comida a cães e gatos igualmente abandonados. Entre a sua oficina e casa, possui dez cães, todos salvos da rua.
O porta-bagagem do seu velhinho carro é uma espécie de restaurante ambulante. “Já podia ter trocado de carro, mas prefiro gastar dinheiro com os animais,” atira com indisfarçável humildade. Todos os dias, parte para a ronda repleto de comida, diversificada e já dividida, para distribuir pelas dezenas de cães e gatos espalhados em locais estratégicos da Arrábida, mais precisamente entre a Comenda e a zona da Secil.
“Isto é carne de frango (coxas e asas) que eu compro, aos domingos, cerca de 100 quilos. Depois, todos os dias cozo uma panela grande, juntamente com massas e venho distribuir nestes locais.” começou por explicar o senhor Arnaldo Lopes, antigo sócio da empresa “Coelho e Lopes, Lda”, e que continua a trabalhar na sua oficina de serralharia, sita na Fonte Nova.
“Sabe, sou uma pessoa incapaz de matar uma aranha, osga ou mesmo um rato. Entendo que todos os animais têm uma função e razão de existência. Respeito muito a vida,” divagou o nosso interlocutor, antes da primeira paragem, nas imediações da Secil, onde já o esperavam uma dúzia de gatos, que evidenciaram alegria ao som do trabalhar do carro. Carne de frango cozida, ração para gatos e tigelas para a água.
Este hábito vem de muito longe, logo após o 25 de Abril de 1974, época em que este senhor deu aulas práticas de serralharia mecânica e teóricas de matemática industrial, na fábrica da Secil. “Por este caminho sempre houve animais abandonados, comecei a trazer-lhes comer, até hoje, faça sol ou chuva, porque os animais comem todos os dias como nós, não é verdade?”
A visita matinal tem paragem em seis locais estratégicos, à beira da estrada, onde há sempre sinais de espera animal por quem lhes vai matar a fome. “Esta cadelita pariu há duas semanas. Tem os filhos ali para dentro mas ainda não os vi,” diz Arnaldo Lopes numa das paragens. Noutra, outros três cães também esperavam pela refeição diária.
Em todas as paragens, deposita comida e verifica a água, por entre giestas ou canaviais. “O problema é que alguns dos bichos morrem na estrada. Este ano já apanhei cinco atropelados. Trago sempre sacos pretos para esses casos,” acrescenta.
O senhor Arnaldo diz-se consciente de que a sua atitude “não é bem vista” por toda a gente. “Sinto-me melhor assim que estar sentado o dia inteiro numa taberna ou banco de jardim. A minha preocupação não é o que podem pensar de mim, mas sim do que será feito destes animais quando eu não poder vir tratar deles…”
Arnaldo Lopes não esquece aquelas imagens de cães bonitos, de coleira ao pescoço, mas tristes e abandonados à beira da estrada, esperando pelos donos. “Sabe, os animais pensam sempre que o dono há-de voltar, mas já entenderam que eu sou uma instituição para eles…” rematou.
Um caso marcante, junto à Secil:
“A cadela foi para o canil e salvei os oito cachorrinhos”
Um caso que marcou Arnaldo: uma cadela pariu oito cães, por si salvos, perto da fábrica da Secil, porque a progenitora foi recolhida pelo canil. Ainda hoje, tem três desses animais.
Oito cães bebés foram descobertos por Arnaldo Lopes, há cerca de três anos, perto da Secil. Este eterno amigo dos animais soube que a “carroça dos cães” havia recolhido a cadela progenitora, e não descansou enquanto não encontrou as crias.
Graças à sua persistência, conseguiu descobrir os indefesos canídeos, dos quais ainda hoje mantém três na sua oficina.
“Trouxe os oito cachorrinhos para casa. Eu, a mulher e filha, demos biberão aos bichinhos”, recorda Arnaldo que diz ter contactado a associação de defesa animal ‘Sobreviver’, da qual é sócio, no sentido de recuperar a cadela do canil, para dar de mamar aos filhos, o que foi conseguido.
“Já os canitos estavam criados, a cadela mãe acabou por morrer,” lembra. Entretanto, a referida associação conseguiu donos “para alguns deles, e auxiliou-me no processo de esterilização das três cadelas que continuam comigo, na minha oficina na Fonte Nova.”
Com as sucessivas gerações de animais abandonados, e por si alimentados, Arnaldo chega a pensar na sua idade: “Já não sou novo, caminho para os 80. O que será destes animais quando eu deixar de poder vir aqui? Coitadinhos, nem quero pensar nisso…”
As vasilhas de plásticos - umas com asas, outras com coxas de frango, outras ainda com ração para gatos e cães – fazem parte da azáfama deste senhor. Afinal de contas, é mais um final de manhã, como todas as outras na vida do benfeitor Arnaldo Lopes. Porventura, o único amigo de muitos destes animais que um dia já conheceram alguém a quem confiaram a sua fidelidade.
T.J.